Nossas conquistas são probabilidades ou vontade do universo?


Joaquim Luiz Nogueira 


Nossas conquistas são probabilidades ou vontade do universo?

                                               “Nosso conhecimento é probabilístico”[1].

O grande teórico norte americano Dain Heer[2], autor de vários livros, entre eles, “Sendo Você, Mudando o Mundo” espécie de manual de barra de access com infinitas possibilidades. E dentro deste universo, ele defende que: o ponto de vista humano pode criar realidade.
Para Dain Heer, o fato de indagarmos algo, provoca toda uma reação no universo, pois ele tende a nos oferecer uma resposta sobre a pergunta em questão.  Tudo é possível, porém, em variáveis imediatas até infinitas de tempo, e sua frase preferida seria parafraseando o texto bíblico: peça e receberás.   
Aqui faremos um paralelo entre Dain Heer e a energia quântica do Princípio da Incerteza de Werner Heisenberg, descrito por Vinicius Carvalho da Silva, mestre em Filosofia da Ciência e Teoria do Conhecimento. Segundo a equação de Schrodinger, a chamada partícula de elétron se ramifica em diversas realidades superpostas e respondem as probabilidades segundo as coordenadas espaciais e temporais.
O que significa dizer que o elétron, antes de ser observado, ele existe em todos os lugares possíveis e com todos os níveis de energia possíveis e em todas as velocidades possíveis, mas com distribuição desigual de probabilidades para cada uma destas realidades potenciais:

De acordo com a equação de Schrödinger, podemos inferir que, enquanto não sofrer um colapso observacional, o elétron se ramifica em diversas realidades superpostas, em cada qual apresentará uma maior probabilidade de ser identificado a um vetor que relacione suas coordenadas espaciais (x,y,z) em um espaço de Hilbert com uma coordenada temporal t.2 Ou, seja, de acordo com esse modelo, o elétron, antes de ser observado, existe em todos os lugares possíveis, com todos os níveis de energia possíveis e em todas as velocidades possíveis, mas com distribuição desigual de probabilidades para cada uma destas realidades potenciais.(SILVA, 2014, p.3).

A energia desta partícula (elétron) interage com a natureza ao gerar um campo de força em sua vizinhança quando se move, assim como na pessoa que lhe observa, já que o corpo humano possui trilhões de moléculas e estas por sua vez contem elétrons. Neste contexto, ao fazermos uma pergunta ao universo, logo, como  esta partícula existe em todos os lugares possíveis e nos diferentes níveis de energia e velocidade, o tempo de resposta também pode variar entre o imediato e o infinito.
De acordo com a equação de Schrödinger, todas as probabilidades são concomitantemente reais. Sendo assim, no nível quântico, uma probabilidade deixa de ser compreendida como uma “possibilidade” e passa a ser entendida como uma “potentia objetiva do mundo” (SILVA, 2014, p.3).

Se partirmos do princípio de que podemos acessar possíveis comunicações sem os limites de tempo e espaço, logo, a simples evocação via pensamentos, imagens, palavras ou escritas, estabelecem elos com seus destinatários, mesmo que estejam distantes. Tal conversação ou retornos dependem de infinitos fatores semelhantes aqueles que constroem as realidades, isto é, se encontram em constantes processos de construção e necessitam de certas afinidades de valores para acontecerem:

Nosso conhecimento sobre o nível quântico, de acordo com tal princípio, será sempre “inexoravelmente” limitado. O máximo que podemos obter com relação a estes dados são seus valores prováveis, mas nunca seus valores exatos. (SILVA, 2014, p.4).

Todas as perguntas que fazemos ao universo podem ser interpretadas segundo o princípio de incerteza formulado por Werner Kart Heisenberg, teórico alemão responsável pela criação da mecânica quântica. Nela nunca vamos poder conhecer ou observar com precisão, pois até a própria natureza, de acordo com ele, não possui valores definidos e precisos:
A implicação epistemológica deste princípio é a limitação inevitável do empreendimento intelectual em face da natureza. Nunca conheceremos a natureza com absoluta precisão, ou porque nunca “podemos” observá-la precisamente (como defendem os que postulam que a incerteza é provocada por uma inevitável perturbação entre os instrumentos de medida e os objetos medidos) ou porque a própria natureza não possui valores precisos (como postulam os que defendem a tese de que a incerteza é uma característica necessária, ontológica, da própria natureza quântica). (SILVA, 2014, p.4).

Ao nos interrogarmos sobre se podemos ter um dia maravilhoso, segundo a teoria de Dain Heer, estamos fazendo uma pergunta ao universo, que iniciará a partir deste questionamento, toda uma ação para atender aquele pedido, o que não significa uma resposta imediata, pois depende de uma gama de elementos, cujo indivíduo ainda não possui o conhecimento, e logo, o resultado pode ser um arranjo do que foi possível para aquele dia.
O período de tempo em que o indivíduo desejou ser maravilhoso não depende exclusivamente dele, portanto ele questionou o universo, que devido a incerteza da pessoa, outros dados também podem não contribuir junto a esta realização, assim, o encadeamento não ocorre da forma almejada:
Isto ocorre porque se há incerteza acerca de x, então não posso determinar com precisão nem o estado passado de x, nem seu estado futuro, bem como não posso determinar de modo inequívoco um encadeamento causal entre os diferentes estados de x em diferentes momentos do tempo. (SILVA, 2014, p.4).

De acordo com esta teoria do princípio da incerteza, outra maneira de interpretar pode se dizer que é a realização do objeto desejado por meio da existência de  uma experiencia específica já estabelecida pelo indivíduo, na qual, já determinou de forma qualitativa o que seria maravilhoso naquele dia, valores que o mesmo considera como magnifico, portanto, uma interpretação positiva daquilo que irá presenciar naquele período de tempo: 
Assim, segundo essa concepção, o que confere legitimidade física a um conceito, e significado ao termo que o designa, é a existência de uma operação experimental claramente especificada por meio da qual se estabeleça a aplicação do conceito e, no caso dos conceitos quantitativos, se lhe possa atribuir um valor numérico preciso. Essa interpretação operacionalista estava naturalmente associada à perspectiva filosófica positivista que dominou o cenário intelectual da primeira metade do século XX. (CHIBENI 2005)

Outro exemplo da teoria de Dain Heer, seria perguntar ao universo: Posso gerar paz e tranquilidade onde permaneço? Tais pretensões complexas diante das infinitas possibilidades, após acrescentar o que ele chama de enunciado aclarador: Certo e Errado; Bom e Mau; POD e POC Curtos, Garotos e Aléns Todos os noves, faz o jogo recomeçar.
A ideia pregada por Heer é de que devemos começar deletando qualquer julgamento de nossa mente, uma vez feito isso, estaremos preparados para uma conexão com o universo e sua complexidade, no sentido de ver o mundo como lugar de infinitas possibilidades, desde que o indivíduo possa compreender que sua maneira de agir também faz parte deste universo.
Ao desenvolver a responsabilidade de não julgamento e se identificar com as questões voltadas para alegria de si e de outros, logo, se produz ondas de energias positivas que contagiam o próprio indivíduo e as pessoas que o cercam. Entre os diversos mantras de seu livro, podemos citar: “Tudo vem a mim com facilidade, alegria e glória”.
Tais mantras, aliados aos exercícios de relaxamentos definidos com “barra de access”  que são mais de 30 pontos do corpo para praticar uma espécie de toque ou massagem, torna o individuo muito mais receptivo ao recomeço de novos hábitos saudáveis, alimentados por frases de efeitos positivos, entre elas: como posso contribuir para melhorar o ambiente em que vivo?
De acordo com a teoria de barra de access, ao acessarmos alguns pontos no entorno das orelhas, deletamos informações desnecessária da mente, então, partimos para outros alvos do corpo, onde poderemos melhorar a recepção com o universo, ou seja, ao tocarmos nestes pontos específicos, temos a sensação de voltarmos no tempo e no espaço primordial de origem das emoções e sentimentos. Os sentidos do corpo tendem a uma nova experimentação daquilo que considera como mágico e maravilhoso.
É destes sentimentos ativados que recomeçam uma nova maneira do indivíduo olhar o mundo em que vive, exigindo do mesmo, a repetição deste ritual de toques nos pontos específicos do corpo, até que seus hábitos e modos de agir se transformem em algo capaz de lhe proporcionar alegria, paz e satisfação em tudo o que pratica em seu cotidiano.
O fato do indivíduo poder apagar aquilo que lhe perturba no final de cada dia, promove-lhe a oportunidade de recomeçar novamente de outra maneira com novas possibilidades infinitas. Para isso a teoria de Dain Heer recomenda a insistência em repetir aquilo que deseja ao universo até ser atendido.
Mas o que torna essa teoria de barra de access interessante é como ela aborda o corpo humano, nela a estrutura corporal possui pontos semelhantes ao teclado de um computador, cujo o teórico Dain Heer, chama de “O reino de nós” onde tudo se resume pela escolha do indivíduo.
Na barra de access, temos a banda de implantes, poder, criatividade, conexões, formas de vida, estrutura, esperança, sonhos, consciência, controle, paz, calma, bondade, gratidão, tempo, espaço e comunicação. Cada um destes pontos pode ser acessado pelo indivíduo que deseja melhorar sua recepção junto a estes valores.
Desse modo, deletar ou implantar valores no corpo humano torna se uma possibilidade a partir do toque em pontos específicos. O que ocorre após estas sessões de tempo em que o indivíduo passa massageando tais coordenadas em sua estrutura corporal, corresponde a uma forma de relaxamento, sendo que os efeitos podem variar muito entre as pessoas que submetem a esta teoria, assim como, da compreensão da mesma.
Para Dain Heer, a consciência faz parte de tudo, cujo indivíduo é unidade em tudo, afirma ele, “você é esse espaço entre as moléculas (e átomos) de seu corpo. A parte do átomo que parece sólida é apenas 0,0001 por cento da totalidade do átomo. O resto é espaço, possibilidade e consciência” É neste continuo que se pode navegar, pois, segundo ele, o espaço entre as moléculas e a consciência do corpo pode ser a mesma daquelas que se encontram em uma cadeira, no ar, paredes, prédio, rua, terra, sistema solar, galáxia e no universo inteiro.
Se a consciência faz parte de tudo, logo, o indivíduo também pertence a este universo, no qual estabelece comunicação numa linguagem que, digamos que seja, por conexão ou comunhão com este universo de opções e possibilidades infinitas e desde que possa incorporar nele tais qualidades para alimentá-lo.
De acordo com Dain Heer, o sujeito apenas tem que estar disposto a receber as energias de outra possibilidade, pois ao assumir sua totalidade, a pessoa está aberta para receber tudo, sem exclusões, com facilidade, alegria e gloria, isto é, ele acolhe o bom, o mau, o bonito e o feio.
Toda pergunta ou pedido feito ao universo, logo será levada em consideração se contém julgamento, pois estes impedem a realização daquilo que foi desejado pelo indivíduo. O que aparece é algo diferente ou contrário, pois significa pontos de vistas ajustados ou avaliados que dificultam as realizações.
Portanto, caso o indivíduo receba sua totalidade, menciona Dain Heer, tudo estará bem, então ele passa a existir junto ao universo. No entanto, se ele se comportar com egoísmo e acreditar que é o melhor ou o mais capacitado e que não precisa de outras pessoas, logo, isso não lhe permite receber muito do universo. E esta postura vai exigir do sujeito muito controle e força empenhada para colocar coisas em existência.
Trata-se da maneira de estar no mundo, podemos nos situarmos no comando via egoísmo, julgamentos e avaliações. Assim, teremos que matar um leão por dia e levantar todas as manhãs pensando numa maneira de sair fora desta tarefa exaustiva. De outro lado, podemos escolher a proposta de Dain Heer, isto é, receber o infinito e sua energia de totalidade, uma sensação de estar vivo, livre da responsabilidade de julgar ou avaliar tudo no seu entorno e então gritar: sou um ser infinito e não estou preso numa bolha.
Dain Heer, afirma que é muito difícil viver em uma realidade relacionada a uma constante negociação: “Se eu lhe der isso, o que obtenho?”  E “Se eu aceitar isso, o que tenho que dar a você?” Há outra alternativa segundo ele, pois, como um ser infinito podemos optar por receber tudo, isto significa, que tem de escolher tal opção e pedir ao universo para destruir todas as barreiras que lhe impedem de fazer esta alternativa.
Todos os problemas que temos estão relacionados aquilo que não estamos dispostos a receber, assegura Dain Heer, já que na realidade, temos que nos lembrar constantemente o que escolher ou receber. De acordo com ele, não somos ensinados sobre o fato de sermos uma unidade em tudo o que existe, logo, nada deve ser julgado.
Dessa maneira, aceitando a totalidade da energia do ser infinito que somos, sentiremos a presença de como é estar vivo segundo Dain Heer. E teremos a bondade, o cuidado, a gentileza e a alegria da incorporação no próprio corpo de uma vontade de receber, saber e ser muito mais, sem nenhuma recusa.
Nesta teoria, o indivíduo não deve buscar uma resposta, apena receber a energia daquilo que desejou e refletir sobre se estaria disposto a ganhar sem preconceber o que teria que granjear para ter o que deseja.  Deve estar preparado para receber sem projeções, expectativas, separações, conclusões, julgamentos, rejeições ou respostas prontas de como aquilo que pediu deve ser ou parecer.
De acordo com Dain Heer, somos seres de unidade, sendo assim, o indivíduo deve se importar com ele e com tudo que se encontra a sua volta, pois essa é a única maneira dele ter alegria na sua realidade, isto é, buscando envolver -se e respeitando as escolhas dos outros. Preocupar se com você mesmo e com os outros é algo maior e caminha lado a lado com a alegria segundo Dain Heer. Sem isso não temos abundância ou conexão com o universo para as novas possibilidades, pois é dessa comunhão com a totalidade que gera a jovialidade para viver.
Neste contexto, o individuo pertence a unidade, na qual existe tudo e nada é julgado.  Quando você se separa, também cessa de existir essa conexão com o universo e as coisas parecem ficar pesadas. O contrário disso, buscar coisas verdadeiras e conectadas com a unidade, podem produzir uma sensações e sentimentos de eventos bons, leves ou prazerosos. 
A problemática do indivíduo seria: como posso viver neste estado de gratidão constante de preocupação consigo mesmo e com os outros? Que espaço ou pessoa que conheço na qual poderei vivenciar isso? Para Dain Heer, somente o universo lhe pode oferecer pistas, portanto, peça a ele, sua função é solicitar que isso aconteça e fazer as perguntas.
Perguntar, escolher e ir adiante, desse modo, muitas vezes alerta Dain Heer, você terá que pedir e mobilizar a coragem para ir caminhando, pode até reduzir seu ritmo, mas não deve parar o sujeito. Neste sentido, o individuo estará criando a vida e o mundo de forma verdadeira, da forma que ele gostaria que fosse e no qual, ele também faz parte. 
Concluindo, somos resultados das probabilidades daquilo que nos constituem, isto, desejos, julgamentos, avaliações e escolhas. A cada escolha, decisão ou forma de agir, recebemos com a configuração integral todo o pacote que acompanha tal opção desejada. Por exemplo: decidimos trabalhar em troca de uma quantidade de dinheiro no final do mês, não importa o valor deste salário pouco ou muito, pois aquilo que acompanha esta tarefa, na maioria das vezes, não é pensada pelo indivíduo, já que ele estava concentrado em sua necessidade de um valor monetário para sua sobrevivência.
Neste sentido, todos os problemas e possíveis reclamações pertencem ao contexto que acompanha este trabalho escolhido pelo indivíduo, que o sujeito só vai dar conta, assim que realmente começa sua função na empresa. E para resolver tais coisas indesejadas, ele começa por rejeitar aquilo que não concorda ou que não tem como modificar.
E para resolver isso, Dain Heer, nos oferece a dica: delete tudo o que lhe perturba e escolha novamente. Faça uma nova demanda de desejo para o universo e todos os dias peça para destruir o que não está bom e recrie novamente, solicitando ao universo.


CHIBENI, S. (Certezas e incertezas sobre as relações de Heisenberg). Rev. Bras. Ensino Fís. vol.27 no.2 São Paulo Apr./June 2005.
HEER, Dain. Sendo você, mudando o mundo. Editora: Katarina Wallentin, USA, 2015.
SILVA. Vinicius Carvalho da O “PRINCÍPIO DE INCERTEZA” DE WERNER HEISENBERG E SUAS INTERPRETAÇÕES ONTOLÓGICA, EPISTEMOLÓGICA, TECNOLÓGICA E
ESTATÍSTICA Vinícius Carvalho da Silva Doutorando e Mestre em Filosofia da Ciência e  Teoria do Conhecimento Scientiarum Historia VII . 2014 . ISSN 2176-1248




[1] O “PRINCÍPIO DE INCERTEZA” DE WERNER HEISENBERG E SUAS
INTERPRETAÇÕES ONTOLÓGICA, EPISTEMOLÓGICA, TECNOLÓGICA E
ESTATÍSTICA Vinícius Carvalho da Silva Doutorando e Mestre em Filosofia da Ciência e  Teoria do Conhecimento Scientiarum Historia VII . 2014 . ISSN 2176-1248


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