Justiça vedada no julgamento do Lula


Joaquim Luiz Nogueira

Seguindo a teoria semiótica de Jean Marie Floch, a imagem acima (charge do Jornal Folha de S.Paulo) oferece uma leitura intrigante, pois temos o desenho da deusa da justiça romana, cuja mão direita segura a espada abaixada e ancorada firmemente sobre a mesa do Tribunal Regional Federal 4. Nas três figuras que representam os juízes, da esquerda para direita, temos um careca lendo atentamente um documento, depois vem outro com perfil mais jovem e de cabelo espetado, sendo que no último juiz, o chargista incorpora uma espécie de quipá sobre a cabeça dele, um símbolo da cultura judaica.

Os olhos da deusa da justiça estão vedados, comunicando ao leitor que ela não pode enxergar, então, sobre sua mão esquerda, em vez da tradicional balança que simboliza a justiça, o chargista do jornal apresenta um óculos com um olho em cada lente. As posições desses olhos se desviam dos juízes, parecendo ignorar a presença deles ou simplesmente, já que não pode ver nada, também não quer participar.

Portanto, a decisão pertence ao juiz careca, aquele que segura os documentos com as duas mãos como se estivesse lendo algo, enquanto os outros dois juízes, aquele de cabelo espetado e o do quipá, ambos estão concentrados, já que paira sobre eles a decisão final. 

Fonte: 
http://portaldemandalas.blogspot.com.br/2011/08/deusas-da-justica.html  (veja imagem da deusa da justiça romana).
http://edicaodigital.folha.uol.com.br/
Livros de Jean Marie Floch
Jean-Marie FlochLivrosVisual identities
Visual identities 2000
Semiotics, Marketing and Communication: Beneath the Signs, the Strategies
2001
Sémiotique, marketing et communication: sous les signes, les stratégies
1990
Semiotica, marketing e comunicazione: dietro i segni, le strategie
Identità visive. Costruire l'identità a partire dai segni
Identités visuelles
1995
Les formes de l'empreinte: Brandt, Cartier-Bresson, Doisneau, Stieglitz, Strand
1986
Forme dell'impronta. Cinque fotografie di Brandt, Cartier-Bresson, Doisneau, Stieglitz, Strand
Une lecture de "Tintin au Tibet"
1997
Petites mythologie[s] de l'œil et de l'esprit: pour une sémiotique plastique

1985

O Passado como portador de fragmentos messiânicos


Joaquim Luiz Nogueira

O passado comporta pequenos fragmentos incrustados, que Walter Benjamin usou os termos estilhaços ou lembranças, para nos esclarecer como ele definia o conceito messiânico. Significa que quando apoderamos de uma lembrança, ela se transforma numa espécie entendida como aposta.
Trata-se de uma forma de lampejo que ocorre diante de estado de perigo ou preocupações com ameaças. Funciona de forma que aquilo no qual ordena para o indivíduo, estivesse em outro tempo, uma “força” que poderá entrar em qualquer segundo e oferecer alternativas.
Tais fragmentos passam a fazer a diferença numa interpretação ou escolha, pois impõe – se por meio de reivindicações repentinas que rompem com o tempo, constituindo-se uma “mobilização do acontecer”. Este lampejo trava a história como a conhecemos ao contrariar o regime temporal corrente.

Ao mesmo tempo reconfigura o tempo presente ao criar aberturas para história esquecida passar e inaugura-se o “tempo- do – agora”. Para Walter Benjamin, a ideia de progresso ao avançar deixa escombros, que são apagados pela marcha do mesmo. Ele também descreve  estes lampejos como uma forma luminosa e transitória que desconfigura a ordem das imagens.

O lado invisível que gera felicidade


Joaquim Luiz Nogueira

Aquilo que supostamente conhecemos como eternidade, pode ser também conhecida como linha do sofrimento, isto é, da transitoriedade dos elementos, cujas matérias, passam pela dissolução. Assim, atribuímos valores diversos para aquilo que deriva deste contexto, tais como: destino, sorte ou infortúnio.
Essa linha se movimenta pela condição contextual que provoca o sofrimento, seguida por exigências éticas, que ao reconhecerem qualquer progresso neste campo, nomeia como relampejo de felicidade. Sendo que esta emoção e o seu ritmo, ambas derivam da transitoriedade.
O sofrimento se torna a base paradoxal da felicidade, pois conecta a vida interior da pessoa com aquilo que é eterno, já que, o que denominamos vida é apenas o ritmo de algo transitório. sendo  perecer ou falecer os elementos  moduladores do ritmo da vida.
Felicidade requer libertação de culpa e anulação do próprio sujeito frente à decomposição da própria existência, neste sentido, uma idealização ou a simples aparência, ambas, tornam-se elementos possíveis de estruturação e de organização das ações vindouras para o indivíduo.
È desta linha infinita de transitoriedade e de dissoluções, considerada pelas pessoas também como destino, que oferece ao sujeito o ritmo da felicidade, assim como, pequenas centelhas ou estilhaços, na qual o indivíduo denomina como progresso. Trata-se de uma ação cuja origem possui como base: o futuro e o engendramento do passado no sentido de reparação ou até de vingança.

Fonte teoria de Walter Benjamin – conceito de tempestade – discutido por Judith Butler em “Caminhos Divergentes” Judaicidade e critica do sionismo.   

Livro: A construção do Indivíduo pelo Símbolo

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