Como pensam alguns dos participantes deste fórum do amanhã?
Joaquim Luiz Nogueira
Entre os
pensadores deste fórum do amanhã, três deles são já tradicionais em suas
ideias, Domenico de Masi, Eduardo Giannetti e Heloisa Starling, No entanto, os
outros quatros, possuem ideias que navegam no limite entre racionalidade e ficção.
Vejamos um resumo de suas ideias:
Kdu da
Favelinha[i], com
projeto social em Belo Horizonte MG, “Kdu tem muitos planos para o futuro.
“Além da expansão do espaço físico, desejo que mais oportunidades sejam geradas
dentro e fora da Favelinha, desfazendo o estigma que o morador da periferia é
condenado a subempregos e modificando a perspectiva de vida das pessoas”,
Ele trabalha
com os ideais dos moradores da periferia urbana e que formam a grande maioria
dos aglomerados urbanos das grandes cidades, aqueles que segundo ele, “são
condenados ao subemprego”. E como se trata de uma grande massa de pessoas e de
consumidores, conta com ajuda de voluntários e patrocinadores, incluindo a
grande mídia.
Outro
pensador deste fórum é o Sidarta Ribeiro[ii] que faz
pesquisa nas interfaces entre eletrofisiologia, etologia e biologia molecular,
atuando principalmente nos seguintes temas:
1. Sono, sonho e memória;
2. Genes imediatos e plasticidade neuronal;
3. Comunicação vocal em aves e primatas;
4. Competência simbólica em animais não-humanos.
Para este
pesquisador “Todas as noites, bilhões de
indivíduos passam horas plugados no mais potente simulador de realidade virtual
do Universo. Com ele, podem realizar desejos insuspeitos, explorar os limites
da própria personalidade ou descortinar cenários e criaturas surreais. Não se
trata de cenário de ficção científica —basta fechar os olhos e sonhar, diz o
neurocientista Sidarta Ribeiro”.
O
que está em jogo para Sidarta é o “descortinar de novos cenários e as criaturas
surreais”. Estes sonhos surreais, segundo o pesquisador, podem fazer parte da
construção da realidade das pessoas na formação de um mundo livre, tanto
virtual quanto real.
A
pensadora Rosiska Darcy de Oliveira é
uma jornalista, escritora e acadêmica brasileira, que também participa deste
fórum, cujas obras tratam
principalmente de temas como o feminismo, a educação e a vida contemporânea.
Aqui, embora o tema “educação e a vida” seja polemico, pois busca a introdução
da vida cotidiana das pessoas na sociedade, principalmente as diferenças
culturais e de gênero.
Outro
pesquisador deste evento é Roberto
Gambini,[iii] que sendo ele, terapeuta
junguiano há trinta anos, Sua grande preocupação intelectual tem sido
fazer confluir a psicologia junguiana e as ciências sociais. Segundo ele:
“Ficou
o que tinha peso ou o que em mim estava arraigado a partir de um processo real.
O tempo tirou coisas que eu dizia, mas que eram apenas teóricas, ou então
coisas que eu não tinha vivido. Quando falo de uma coisa que não vivi, minha
fala tem pouco ou nenhum efeito. No lugar dessas coisas, o tempo colocou
outras, muitas vezes opostas a elas. Ensinou-me a olhar cada vez mais a
realidade do paciente como ela é, a não ter medo de entrar nos labirintos onde
ele se encontra, a não vir a ele com ideias prontas, a sempre admitir o
imprevisível, o não pensado, o não vivido. A acreditar mais e mais no poder da
vida, que é o poder de se autopreservar e de criar formas viáveis de existir. Ensinou-me a projetar menos no paciente. A
distinguir melhor o que é uma coisa minha e o que é uma coisa dele”.
O
que é novo neste pensamento é a forma de respeitar a realidade do paciente como
ela é, e admitir o imprevisível, o não pensado, o não vivido. Trata-se de
valorizar o que ele chama de “poder da vida”, ou seja, da autopreservação, a
maneira de permitir e criar formas variáveis de existência. As novas configurações
de sociedade do futuro pertencem, de acordo com este pensador, a um mundo de
criação espontânea. A pergunta que fica, talvez seja: será que o capitalismo
vai permitir esta existência espontânea? Ou, o consumo será o grande mediador
deste novo mundo do imprevisível? Os alimentos e os medicamentos também serão
espontâneos? As novas doenças e bactérias poderão ser produzidas?
Acesso em 18 de
outubro de 2019;
[iii] https://www.atelie.com.br/publicacoes/autor/roberto-gambini/ acesso em 18 de outubro de 2019 https://www.revistaplaneta.com.br/roberto-gambini/ acesso em 18 de outubro de 2019
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