Joaquim Luiz Nogueira
A
“caixa de busca do Google”, principal mecanismo das tendências de mercado e das
políticas de investimentos financeiros no mundo, significa algo semelhante a
uma evolução do antigo oráculo grego, cujas consultas, possui de um lado um
humano desesperado e do outro lado, um complexo jogo de sinais, no qual, o
sentido e a solução para os problemas reais, são totalmente decisões
daqueles que fazem as consultas.
Desde
a Antiguidade, o homem necessita de uma luz que possa apontar a direção mais
adequada para seus passos, pois toda mitologia cósmica serviu para amparar as
decisões humanas no passado distante, e hoje, as unidade de “bits” de uma
máquina, apontam tendências e motivações, com base em cliques ou palavras digitadas
nas caixas de busca da internet.
Os
buscadores agem de forma quantitativa ou sob o comando de patrocinadores, que
constroem conceitos com objetivo de influenciar as decisões daqueles que buscam
respostas prontas. Por trás dessas respostas se encontram grandes investidores
financeiros, que semelhante aos grandes ímãs, atraem os desesperados, apressados
ou necessitados.
A
linguagem do mercado atualmente vem pelo verbo “agregar”, que funciona também como
uma espécie de atração, significa encontrar algo que tenha valor, e, em
seguida, aproximar seu produto do mesmo, para que o observador faça a junção ou
sobreposição, mesclando-se assim numa trama de valores.
Tomar
decisões com base nos buscadores da internet, sem conhecer os mecanismos
responsáveis pela apresentação desta ou daquela resposta, significa cair na
armadilha daqueles que patrocinam as respostas que aparecem na tela de seu
computador ou celular.