Joaquim Luiz Nogueira
O
passado comporta pequenos fragmentos incrustados, que Walter Benjamin usou os
termos estilhaços ou lembranças, para nos esclarecer como ele definia o
conceito messiânico. Significa que quando apoderamos de uma lembrança, ela se
transforma numa espécie entendida como aposta.
Trata-se
de uma forma de lampejo que ocorre diante de estado de perigo ou preocupações
com ameaças. Funciona de forma que aquilo no qual ordena para o indivíduo,
estivesse em outro tempo, uma “força” que poderá entrar em qualquer segundo e
oferecer alternativas.
Tais
fragmentos passam a fazer a diferença numa interpretação ou escolha, pois impõe
– se por meio de reivindicações repentinas que rompem com o tempo,
constituindo-se uma “mobilização do acontecer”. Este lampejo trava a história
como a conhecemos ao contrariar o regime temporal corrente.
Ao
mesmo tempo reconfigura o tempo presente ao criar aberturas para história
esquecida passar e inaugura-se o “tempo- do – agora”. Para Walter Benjamin, a
ideia de progresso ao avançar deixa escombros, que são apagados pela marcha do
mesmo. Ele também descreve estes
lampejos como uma forma luminosa e transitória que desconfigura a ordem das
imagens.
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