Maior Premiação do Cinema em época de Pandemia 2021:uma leitura de imagem

 


                                                                                                                   Joaquim Luiz Nogueira 

Para a interpretação dos críticos, segundo o Jornal Folha de São Paulo “O filme estrelado por Frances McDormand reflete um fenômeno marcante, o do crescente número de pessoas que optam pela vida nômade em busca de empregos temporários em todo o país” Em uma das  imagens do filme, que destacamos acima, o contexto de um céu dividido entre alguns raios de luz que cortam a imensidão povoada por nuvens cinzas, contrastam com a tonalidade da vegetação, que de cores semelhantes à abóbada celeste, também é cortada pela luz de um lampião sob as mãos  de uma pessoa em movimento.

Se no alto da imagem a luz parece enfrentar obstáculos para existir, o que dizer da figura humana que carrega um pequeno lampião em meio de uma vegetação densa, isto é, em um espaço que separa casas de um vilarejo urbano acrescentada a uma visão de silhueta das montanhas ao fundo, cujo primeiro plano, temos a imagem de uma pessoa que inclina sua cabeça para o caminho que necessita pisar. 

A luz do lampião na mão da pessoa se mostra como um objeto necessário, algo que foi usado para guiar o nômade em meio à escuridão, porém, neste momento de ampliação do horizonte, aquilo que se revelou como instrumento valioso é o mesmo que continua ao lado da pessoa, talvez para mostrar o quando é indispensável na rotina cotidiana. 

A pessoa humana encontra se no limite entre a luz e a escuridão com a predominância da sombra, cuja visão do observador se desliza para o fundo da imagem, onde o relevo da linha do horizonte mostra obstáculos voltados para um maravilhoso azulado de um céu iluminado. No entanto, o indivíduo continua sua concentração no espaço em que está caminhando e parece ignorar ou desconhecer aquilo que ocorre distante de seu objetivo.  

A imagem retrata escuridão, moradias e os obstáculos das grandes montanhas, neste contexto, o sujeito nômade transita sob uma pequena luz de lampião que somente registra seu destino de início da caminhada, sugerindo que atravessou a escuridão, mais agora não faz mais sentido essa pequena luz ofuscada pela claridade do dia em que vislumbra a sua frente um cenário de casas urbanas.  

O caótico da imagem na qual nada possui clareza, porém apresenta todo um jogo de diversos elementos que participam da cena: luz, sombra, homem, montanha, vegetação e moradias. Mostra um mundo em transição, em espera ou expectativa, na qual, a figura humana parece buscar a sobrevivência entre diferentes realidades ou sugerir que pode viver em contextos desiguais. 



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