Nossas conquistas são probabilidades ou vontade do
universo?
“Nosso
conhecimento é probabilístico”[1].
O
grande teórico norte americano Dain Heer[2], autor de vários livros,
entre eles, “Sendo Você, Mudando o Mundo” espécie de manual de barra de access
com infinitas possibilidades. E dentro deste universo, ele defende que: o ponto
de vista humano pode criar realidade.
Para
Dain Heer, o fato de indagarmos algo, provoca toda uma reação no universo, pois
ele tende a nos oferecer uma resposta sobre a pergunta em questão. Tudo é possível, porém, em variáveis imediatas
até infinitas de tempo, e sua frase preferida seria parafraseando o texto
bíblico: peça e receberás.
Aqui
faremos um paralelo entre Dain Heer e a energia quântica do Princípio da
Incerteza de Werner Heisenberg, descrito por Vinicius Carvalho da Silva, mestre
em Filosofia da Ciência e Teoria do Conhecimento. Segundo a equação de
Schrodinger, a chamada partícula de elétron se ramifica em diversas realidades
superpostas e respondem as probabilidades segundo as coordenadas espaciais e
temporais.
O
que significa dizer que o elétron, antes de ser observado, ele existe em todos
os lugares possíveis e com todos os níveis de energia possíveis e em todas as
velocidades possíveis, mas com distribuição desigual de probabilidades para
cada uma destas realidades potenciais:
De acordo com a equação
de Schrödinger, podemos inferir que, enquanto não sofrer um colapso
observacional, o elétron se ramifica em diversas realidades superpostas, em
cada qual apresentará uma maior probabilidade de ser identificado a um vetor
que relacione suas coordenadas espaciais (x,y,z) em um espaço de Hilbert com
uma coordenada temporal t.2 Ou, seja, de acordo com esse modelo, o elétron, antes de ser observado, existe em todos
os lugares possíveis, com todos os níveis de energia possíveis e em todas as
velocidades possíveis, mas com distribuição desigual de probabilidades para
cada uma destas realidades potenciais.(SILVA, 2014, p.3).
A
energia desta partícula (elétron) interage com a natureza ao gerar um campo de
força em sua vizinhança quando se move, assim como na pessoa que lhe observa,
já que o corpo humano possui trilhões de moléculas e estas por sua vez contem
elétrons. Neste contexto, ao fazermos uma pergunta ao universo, logo, como esta partícula existe em todos os lugares
possíveis e nos diferentes níveis de energia e velocidade, o tempo de resposta
também pode variar entre o imediato e o infinito.
De acordo
com a equação de Schrödinger, todas as probabilidades são concomitantemente
reais. Sendo assim, no nível quântico, uma probabilidade deixa de ser
compreendida como uma “possibilidade” e passa a ser entendida como uma
“potentia objetiva do mundo” (SILVA,
2014, p.3).
Se
partirmos do princípio de que podemos acessar possíveis comunicações sem os
limites de tempo e espaço, logo, a simples evocação via pensamentos, imagens, palavras
ou escritas, estabelecem elos com seus destinatários, mesmo que estejam
distantes. Tal conversação ou retornos dependem de infinitos fatores
semelhantes aqueles que constroem as realidades, isto é, se encontram em
constantes processos de construção e necessitam de certas afinidades de valores
para acontecerem:
Nosso
conhecimento sobre o nível quântico, de acordo com tal princípio, será sempre “inexoravelmente”
limitado. O máximo que podemos obter com relação a estes dados são seus valores
prováveis, mas nunca seus valores exatos. (SILVA, 2014, p.4).
Todas
as perguntas que fazemos ao universo podem ser interpretadas segundo o princípio
de incerteza formulado por Werner Kart Heisenberg, teórico alemão responsável
pela criação da mecânica quântica. Nela nunca vamos poder conhecer ou observar
com precisão, pois até a própria natureza, de acordo com ele, não possui
valores definidos e precisos:
A implicação
epistemológica deste princípio é a limitação inevitável do empreendimento
intelectual em face da natureza. Nunca conheceremos a natureza com absoluta
precisão, ou porque nunca “podemos” observá-la precisamente (como defendem os
que postulam que a incerteza é provocada por uma inevitável perturbação entre
os instrumentos de medida e os objetos medidos) ou porque a própria natureza
não possui valores precisos (como postulam os que defendem a tese de que a
incerteza é uma característica necessária, ontológica, da própria natureza
quântica).
(SILVA,
2014, p.4).
Ao
nos interrogarmos sobre se podemos ter um dia maravilhoso, segundo a teoria de
Dain Heer, estamos fazendo uma pergunta ao universo, que iniciará a partir
deste questionamento, toda uma ação para atender aquele pedido, o que não
significa uma resposta imediata, pois depende de uma gama de elementos, cujo
indivíduo ainda não possui o conhecimento, e logo, o resultado pode ser um
arranjo do que foi possível para aquele dia.
O
período de tempo em que o indivíduo desejou ser maravilhoso não depende
exclusivamente dele, portanto ele questionou o universo, que devido a incerteza
da pessoa, outros dados também podem não contribuir junto a esta realização,
assim, o encadeamento não ocorre da forma almejada:
Isto
ocorre porque se há incerteza acerca de x, então não posso determinar com
precisão nem o estado passado de x, nem seu estado futuro, bem como não posso
determinar de modo inequívoco um encadeamento causal entre os diferentes
estados de x em diferentes momentos do tempo. (SILVA, 2014, p.4).
De
acordo com esta teoria do princípio da incerteza, outra maneira de interpretar pode
se dizer que é a realização do objeto desejado por meio da existência de uma experiencia específica já estabelecida pelo
indivíduo, na qual, já determinou de forma qualitativa o que seria maravilhoso
naquele dia, valores que o mesmo considera como magnifico, portanto, uma
interpretação positiva daquilo que irá presenciar naquele período de
tempo:
Assim,
segundo essa concepção, o que confere legitimidade física a um conceito, e
significado ao termo que o designa, é a existência de uma operação experimental
claramente especificada por meio da qual se estabeleça a aplicação do conceito
e, no caso dos conceitos quantitativos, se lhe possa atribuir um valor numérico
preciso. Essa interpretação operacionalista estava naturalmente associada à
perspectiva filosófica positivista que dominou o cenário intelectual da primeira
metade do século XX. (CHIBENI 2005)
Outro
exemplo da teoria de Dain Heer, seria perguntar ao universo: Posso gerar paz e
tranquilidade onde permaneço? Tais pretensões complexas diante das infinitas
possibilidades, após acrescentar o que ele chama de enunciado aclarador: Certo
e Errado; Bom e Mau; POD e POC Curtos, Garotos e Aléns Todos os noves, faz o
jogo recomeçar.
A
ideia pregada por Heer é de que devemos começar deletando qualquer julgamento
de nossa mente, uma vez feito isso, estaremos preparados para uma conexão com o
universo e sua complexidade, no sentido de ver o mundo como lugar de infinitas
possibilidades, desde que o indivíduo possa compreender que sua maneira de agir
também faz parte deste universo.
Ao
desenvolver a responsabilidade de não julgamento e se identificar com as
questões voltadas para alegria de si e de outros, logo, se produz ondas de
energias positivas que contagiam o próprio indivíduo e as pessoas que o cercam.
Entre os diversos mantras de seu livro, podemos citar: “Tudo vem a mim com
facilidade, alegria e glória”.
Tais
mantras, aliados aos exercícios de relaxamentos definidos com “barra de access” que são mais de 30 pontos do corpo para
praticar uma espécie de toque ou massagem, torna o individuo muito mais receptivo
ao recomeço de novos hábitos saudáveis, alimentados por frases de efeitos
positivos, entre elas: como posso contribuir para melhorar o ambiente em que
vivo?
De
acordo com a teoria de barra de access, ao acessarmos alguns pontos no entorno
das orelhas, deletamos informações desnecessária da mente, então, partimos para
outros alvos do corpo, onde poderemos melhorar a recepção com o universo, ou
seja, ao tocarmos nestes pontos específicos, temos a sensação de voltarmos no
tempo e no espaço primordial de origem das emoções e sentimentos. Os sentidos
do corpo tendem a uma nova experimentação daquilo que considera como mágico e
maravilhoso.
É
destes sentimentos ativados que recomeçam uma nova maneira do indivíduo olhar o
mundo em que vive, exigindo do mesmo, a repetição deste ritual de toques nos
pontos específicos do corpo, até que seus hábitos e modos de agir se
transformem em algo capaz de lhe proporcionar alegria, paz e satisfação em tudo
o que pratica em seu cotidiano.
O
fato do indivíduo poder apagar aquilo que lhe perturba no final de cada dia,
promove-lhe a oportunidade de recomeçar novamente de outra maneira com novas
possibilidades infinitas. Para isso a teoria de Dain Heer recomenda a
insistência em repetir aquilo que deseja ao universo até ser atendido.
Mas
o que torna essa teoria de barra de access interessante é como ela aborda o
corpo humano, nela a estrutura corporal possui pontos semelhantes ao teclado de
um computador, cujo o teórico Dain Heer, chama de “O reino de nós” onde tudo se
resume pela escolha do indivíduo.
Na
barra de access, temos a banda de implantes, poder, criatividade, conexões,
formas de vida, estrutura, esperança, sonhos, consciência, controle, paz,
calma, bondade, gratidão, tempo, espaço e comunicação. Cada um destes pontos
pode ser acessado pelo indivíduo que deseja melhorar sua recepção junto a estes
valores.
Desse
modo, deletar ou implantar valores no corpo humano torna se uma possibilidade a
partir do toque em pontos específicos. O que ocorre após estas sessões de tempo
em que o indivíduo passa massageando tais coordenadas em sua estrutura corporal,
corresponde a uma forma de relaxamento, sendo que os efeitos podem variar muito
entre as pessoas que submetem a esta teoria, assim como, da compreensão da
mesma.
Para
Dain Heer, a consciência faz parte de tudo, cujo indivíduo é unidade em tudo,
afirma ele, “você é esse espaço entre as moléculas (e átomos) de seu corpo. A
parte do átomo que parece sólida é apenas 0,0001 por cento da totalidade do
átomo. O resto é espaço, possibilidade e consciência” É neste continuo que se
pode navegar, pois, segundo ele, o espaço entre as moléculas e a consciência do
corpo pode ser a mesma daquelas que se encontram em uma cadeira, no ar,
paredes, prédio, rua, terra, sistema solar, galáxia e no universo inteiro.
Se
a consciência faz parte de tudo, logo, o indivíduo também pertence a este
universo, no qual estabelece comunicação numa linguagem que, digamos que seja, por
conexão ou comunhão com este universo de opções e possibilidades infinitas e desde
que possa incorporar nele tais qualidades para alimentá-lo.
De
acordo com Dain Heer, o sujeito apenas tem que estar disposto a receber as
energias de outra possibilidade, pois ao assumir sua totalidade, a pessoa está
aberta para receber tudo, sem exclusões, com facilidade, alegria e gloria, isto
é, ele acolhe o bom, o mau, o bonito e o feio.
Toda
pergunta ou pedido feito ao universo, logo será levada em consideração se
contém julgamento, pois estes impedem a realização daquilo que foi desejado
pelo indivíduo. O que aparece é algo diferente ou contrário, pois significa
pontos de vistas ajustados ou avaliados que dificultam as realizações.
Portanto,
caso o indivíduo receba sua totalidade, menciona Dain Heer, tudo estará bem,
então ele passa a existir junto ao universo. No entanto, se ele se comportar
com egoísmo e acreditar que é o melhor ou o mais capacitado e que não precisa
de outras pessoas, logo, isso não lhe permite receber muito do universo. E esta
postura vai exigir do sujeito muito controle e força empenhada para colocar
coisas em existência.
Trata-se
da maneira de estar no mundo, podemos nos situarmos no comando via egoísmo,
julgamentos e avaliações. Assim, teremos que matar um leão por dia e levantar
todas as manhãs pensando numa maneira de sair fora desta tarefa exaustiva. De
outro lado, podemos escolher a proposta de Dain Heer, isto é, receber o
infinito e sua energia de totalidade, uma sensação de estar vivo, livre da
responsabilidade de julgar ou avaliar tudo no seu entorno e então gritar: sou
um ser infinito e não estou preso numa bolha.
Dain
Heer, afirma que é muito difícil viver em uma realidade relacionada a uma
constante negociação: “Se eu lhe der isso, o que obtenho?” E “Se eu aceitar isso, o que tenho que dar a
você?” Há outra alternativa segundo ele, pois, como um ser infinito podemos
optar por receber tudo, isto significa, que tem de escolher tal opção e pedir
ao universo para destruir todas as barreiras que lhe impedem de fazer esta
alternativa.
Todos
os problemas que temos estão relacionados aquilo que não estamos dispostos a receber,
assegura Dain Heer, já que na realidade, temos que nos lembrar constantemente o
que escolher ou receber. De acordo com ele, não somos ensinados sobre o fato de
sermos uma unidade em tudo o que existe, logo, nada deve ser julgado.
Dessa
maneira, aceitando a totalidade da energia do ser infinito que somos,
sentiremos a presença de como é estar vivo segundo Dain Heer. E teremos a
bondade, o cuidado, a gentileza e a alegria da incorporação no próprio corpo de
uma vontade de receber, saber e ser muito mais, sem nenhuma recusa.
Nesta
teoria, o indivíduo não deve buscar uma resposta, apena receber a energia
daquilo que desejou e refletir sobre se estaria disposto a ganhar sem
preconceber o que teria que granjear para ter o que deseja. Deve estar preparado para receber sem
projeções, expectativas, separações, conclusões, julgamentos, rejeições ou
respostas prontas de como aquilo que pediu deve ser ou parecer.
De
acordo com Dain Heer, somos seres de unidade, sendo assim, o indivíduo deve se
importar com ele e com tudo que se encontra a sua volta, pois essa é a única
maneira dele ter alegria na sua realidade, isto é, buscando envolver -se e
respeitando as escolhas dos outros. Preocupar se com você mesmo e com os outros
é algo maior e caminha lado a lado com a alegria segundo Dain Heer. Sem isso
não temos abundância ou conexão com o universo para as novas possibilidades,
pois é dessa comunhão com a totalidade que gera a jovialidade para viver.
Neste
contexto, o individuo pertence a unidade, na qual existe tudo e nada é
julgado. Quando você se separa, também
cessa de existir essa conexão com o universo e as coisas parecem ficar pesadas.
O contrário disso, buscar coisas verdadeiras e conectadas com a unidade, podem
produzir uma sensações e sentimentos de eventos bons, leves ou prazerosos.
A
problemática do indivíduo seria: como posso viver neste estado de gratidão
constante de preocupação consigo mesmo e com os outros? Que espaço ou pessoa
que conheço na qual poderei vivenciar isso? Para Dain Heer, somente o universo
lhe pode oferecer pistas, portanto, peça a ele, sua função é solicitar que isso
aconteça e fazer as perguntas.
Perguntar,
escolher e ir adiante, desse modo, muitas vezes alerta Dain Heer, você terá que
pedir e mobilizar a coragem para ir caminhando, pode até reduzir seu ritmo, mas
não deve parar o sujeito. Neste sentido, o individuo estará criando a vida e o
mundo de forma verdadeira, da forma que ele gostaria que fosse e no qual, ele
também faz parte.
Concluindo,
somos resultados das probabilidades daquilo que nos constituem, isto, desejos,
julgamentos, avaliações e escolhas. A cada escolha, decisão ou forma de agir,
recebemos com a configuração integral todo o pacote que acompanha tal opção
desejada. Por exemplo: decidimos trabalhar em troca de uma quantidade de
dinheiro no final do mês, não importa o valor deste salário pouco ou muito,
pois aquilo que acompanha esta tarefa, na maioria das vezes, não é pensada pelo
indivíduo, já que ele estava concentrado em sua necessidade de um valor
monetário para sua sobrevivência.
Neste
sentido, todos os problemas e possíveis reclamações pertencem ao contexto que
acompanha este trabalho escolhido pelo indivíduo, que o sujeito só vai dar
conta, assim que realmente começa sua função na empresa. E para resolver tais
coisas indesejadas, ele começa por rejeitar aquilo que não concorda ou que não
tem como modificar.
E
para resolver isso, Dain Heer, nos oferece a dica: delete tudo o que lhe
perturba e escolha novamente. Faça uma nova demanda de desejo para o universo e
todos os dias peça para destruir o que não está bom e recrie novamente,
solicitando ao universo.
CHIBENI, S.
(Certezas e incertezas sobre as relações de Heisenberg). Rev. Bras. Ensino
Fís. vol.27 no.2 São Paulo Apr./June 2005.
HEER, Dain. Sendo
você, mudando o mundo. Editora: Katarina Wallentin, USA, 2015.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-11172005000200002
Acesso em 06/01/2020
SILVA.
Vinicius Carvalho da O “PRINCÍPIO DE INCERTEZA” DE WERNER HEISENBERG E SUAS INTERPRETAÇÕES
ONTOLÓGICA, EPISTEMOLÓGICA, TECNOLÓGICA E
ESTATÍSTICA
Vinícius Carvalho da Silva Doutorando e Mestre em Filosofia da Ciência e Teoria do Conhecimento Scientiarum Historia
VII . 2014 . ISSN 2176-1248
[1] O “PRINCÍPIO DE INCERTEZA” DE WERNER
HEISENBERG E SUAS
INTERPRETAÇÕES
ONTOLÓGICA, EPISTEMOLÓGICA, TECNOLÓGICA E
ESTATÍSTICA
Vinícius Carvalho da Silva Doutorando e Mestre em Filosofia da Ciência e Teoria do Conhecimento Scientiarum Historia
VII . 2014 . ISSN 2176-1248
[2] https://www.accessconsciousness.com/pt-BR/class-catalog/core-classes/foundation/the-global-foundation/#?PageSize=10&SortBy=startDate&Descending=false&CurrentPageNumber=1&ClassTitles=112436&OccurrenceTypes=Event&OccurrenceTypes=TeleSeries&OccurrenceTypes=Class&PublishedStatus=Published&DisplayOnlyStreamedClasses=false
Acesso em 03/01/2020.
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