Foto: Maria do S. Delfiol Nogueira
Joaquim Luiz Nogueira
A
fotografia acima, sendo analisada como recorte, espécie de janela, cujo foco de
enquadramento configura a sombra como base física, que mesmo rompida pela linha
reta branca e o cinza escuro, permitem o aparecimento de faixas amarelas, e
estas, contrastam com a cor da faixa abóbora entrecortada para prolongar a
visão em três direções: o contínuo da estrada, a exuberância das cerejeiras e o
infinito do céu azulado.
A
estrada registrada como base de sustentação, espécie de início em uma mistura
de escuridão e relances de raios solares que atravessam no sentido vertical e
ao mesmo tempo, chamam a atenção para existência de outra presença e quebra a
linha reta branca que direcionava o olhar para o distante ou aquilo que estava
indefinido.
Do
encontro das luzes amareladas com as sombras, o olhar se deleita com as cores
contrastantes que passam do escuro para o verde, sendo completado pelo rosa
iluminado dos galhos das cerejeiras, que sem folhas, deixam a visão escapar por pequenas janelas, exibindo um fundo de céu azulado, que diverge com o outro
lado da cena fotográfica.
Este
fundo de céu azul sob o enquadramento da fotografia contribui para dimensionar
os aspectos da profundidade, que guiadas pelas contradições de luz e sombra,
esquerda e direita, tem nas cores continuas das faixas brancas e laranjas, um ideia
de sentido, logo rompida pelos pequenos relances de raios solares que cruzam a
estrada e retiram o olhar desta direção linear e apontam uma riqueza de cores e
possibilidades que caminham de forma paralela a esta estrada.
As
observações foram elaboradas segundo as teorias de Jean Marie Floch e Algirdas
Julius Greimas.
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