Joaquim Luiz Nogueira
É
algo angustiante, sensação de estar no nada, porém, como o ego ainda não está
preparado para este mergulho no grande vazio, logo, este sentimento nos proporciona
certo distanciamento entre a maneira como preenchemos nossa mente com as
diversas ocupações rotineiras e a percepção de uma existência enquanto ser de
um mundo autentico, denominado pelos budistas como, o puro vazio, lugar da “luz
clara”.
O
Dalai Lama argumenta que os estagiários de ioga tântrico precisam perceber o vazio da existência inerente antes de
prosseguir para a "mais alta iniciação do ioga tântrico"; perceber o
vazio da existência inerente da mente é a "mente inata fundamental da luz
clara, que é o nível mais sutil da mente", onde todos os "processos
energéticos e mentais são retirados ou dissolvidos", de modo que tudo o
que aparece à mente é "puro vazio". Da mesma forma, o vazio está
"ligado ao vazio criativo, o que significa que é um estado de completa
receptividade e iluminação perfeita", a fusão do "ego com sua própria
essência", que os budistas chamam de "luz clara". https://pt.wikipedia.org/wiki/Vazio_(sentimento)
A
rotina dos seres humanos são responsáveis desde a sua infância pelo preenchimento
do tempo, desta maneira, a mente é ocupada por tarefas que envolvem o movimento
do corpo. Tais ocupações são criadas ou inventadas para nutrição do corpo,
enquanto a mente, com base nesta demanda material, arquiva na memória uma gama
de elementos prazerosos e traumáticos, cujo encontro com o vazio autentico,
provoca uma sensação angustiante de perda ou de sofrimento.
Na entrevista de Thubten
Chodron em 2005 com Lama Zopa Rinpoche, o Lama observou que "...seres
comuns que não perceberam o vazio não veem as coisas como semelhantes às
ilusões" e não "percebemos que as coisas são meramente rotuladas pela
mente e existem por mero nome".[19] Ele argumenta que "quando
meditamos no vazio, lançamos uma bomba atômica sobre esse [senso de] eu
verdadeiramente existente" e percebemos que "o que parece
verdadeiro... não é verdadeiro". Com isso, o lama está reivindicando que o
que pensamos ser real - nossos pensamentos e sentimentos sobre pessoas e coisas
- "existe sendo meramente rotulado". Ele argumenta que os meditadores
que atingem o conhecimento de um estado de vazio são capazes de perceber que
seus pensamentos são meramente ilusões a serem rotuladas pela mente. https://pt.wikipedia.org/wiki/Vazio_(sentimento)
Vivenciar
o Grande Vazio sem os sentimentos angustiantes, significa um grande avanço
mental em direção de uma realidade na qual podemos nos sentirmos como parte de
um universo livre de qualquer ilusão, sem a noção de tempo e de espaço. Para o
Taoismo, é a sensação denominada como “espelho do universo”
No taoismo, atingir um estado
de vazio é visto como um estado de quietude e placidez, que é o "espelho
do universo" e da "mente pura".[24] O Tao Te Ching afirma que o
vazio está relacionado ao "Tao, o Grande Princípio, o Criador e
Sustentador de tudo no universo". Argumenta-se que é o "estado de
espírito do discípulo taoísta que segue o Tao", que esvaziou com sucesso a
mente "de todos os desejos e ideias não condizentes com o movimento
Tao". Para uma pessoa que atinge um estado de vazio, a "mente imóvel
do sábio é o espelho do céu e da terra, o vidro de todas as coisas", um
estado de "vaga, quietude, placidez, falta de gosto, quietude, silêncio e
não-ação", que é a" perfeição do Tao e suas características, o
"espelho do universo" e a "mente pura" https://pt.wikipedia.org/wiki/Vazio_(sentimento)
No entanto, para a grande
maioria das pessoas, a convivência com o Grande Vazio, mesmo que seja somente
por alguns instantes, provoca angustias e sofrimentos capazes de movimentar o
corpo, numa busca desesperada para preencher este oco, que parece lhe puxar
para o abismo de um lugar sem sentido, sensação de dor e perda, devido a experiencia
rotineira e apegos materiais, que fixam o individuo no mundo das ilusões.